A redação

O presidente eleito no Brasil, Jair Bolsonaro, convidou a advogada e pastora Damares Alves para assumir o Ministério dos Direitos Humanos. Parte da mídia brasileira, tem colocado a pastora como antagonista do movimento LGBTI no Brasil. A reportagem do GNI Brasil procurou o presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis, e também diretor-executivo do grupo Dignidade, entidade pioneira na defesa dos direitos LGBTI no Brasil, que disse com exclusividade não se opor ao nome da futura ministra.

“Não dá para jogar pedras se não houver indicadores para isso. Conheço ela (Damares) pessoalmente, já conversei, já debati várias vezes. Tenho algumas questões que eu gosto como, por exemplo, a política de adoção. A gente concorda. Eu adotei três filhos. Ela adotou uma indiazinha. Ela é contra a pedofilia eu também sou contra. Então temos que ver as similaridades. Também sou contra sexualizar as crianças. Mas sou favorável que sejam discutidas a questão de igualdade entre homem e mulher na escola. Que todos tem o mesmo direito”, disse Toni Reis.

O presidente da Aliança Nacional LGBTI disse também que houve uma mudança de paradigma no Brasil que, com o novo presidente, caminha para uma linha ideológica conservadora, ligada ao povo evangélico. “Nós vamos ter que dialogar, o presidente
tem legitimidade para indicar o ministro ou a ministra que mais lhe convier e precisamos respeitar o resultado das urnas. Isso é o processo democrático”, disse.

“Vamos estar em todos os espaços para fazer essa interlocução. Nesse sentido vou fazer o trabalho que tem que ser feito. Não sou nem oposição nem situação. Qualquer medida que for restringir nossos direitos conquistados, faremos as denúncias tanto no Brasil quanto fora. Há muito feminicídio, estupro e vamos fazer o diálogo da forma republicana. Da nossa parte estamos abertos ao diálogo. Queremos o cumprimento da Constituição” finalizou.

 

118 entidades pedem nomeação de Damares Alves

Em reportagem publicada no Jornal “O Globo” pelo menos 118 entidades, entre igrejas, organizações não governamentais e associações de classe, assinaram nota em defesa da nomeação de Damares Alves, assessora do senador Magno Malta, para o Ministério dos Direitos Humanos e Mulheres do governo Bolsonaro. Além das entidades, a Frente Parlamentar Evangélica, uma das principais bancadas no Congresso Nacional também “chancelou” o nome da pastora, embora a FPE tenha indicado uma lista tríplice para Bolsonaro com outros nomes para ocupar um Ministério. Caso o nome de Damares seja confirmado pelo presidente Jair Bolsonaro, ela será uma ministra ficha limpa.

Nesta segunda-feira (03/12), em entrevista à Radio Gaúcha, o futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), reafirmou que o nome de Damares Alves é o mais cotado para assumir a pasta dos Direitos Humanos. Em visita à Academia Militar Agulhas Negras, no RJ, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou o convite à Damares Alves e disse que o nome dela é o mais forte para assumir a vaga. O anúncio do nome de Damares Alves, caso seja escolhido, será anunciado ainda esta semana, possivelmente nesta terça-feira (04/12).